sexta-feira, 18 de abril de 2008


Ansiava a cada instante o regresso daquela imagem que ficou gravada no meu intimo...

A noite vinha descalça... Mansa e leda pela calçada da via láctea... Chegando serena com o seu manto escuro...

E eu aqui sentado ansiado o brilho daqueles olhos, ignorando a brilho celestial que bailava no firmamento negro...

A cada instante que passava... A cada queda de folha... Palpitava o meu coração, ansiando por aquela que eu não conhecia... por quem o meu coração chamava...

Maldita chama que se acendeu no meu ser... Que insano sentir que me ateia as veias e me molda o pensamento... Ainda ontem vagueava nas ondas do descontentamento... Sentido que a minha vida não tinha rumo, nem qualquer sentido. E hoje? Qual a importância disso tudo? Nada... Apenas anseio aquele instante...

Aquele instante em que sinto o brilho do seu olhar... A sua luz a orientar os meus passos no nevoeiro em que vivo, afastando as brumas que se precipitam sobre o meu sentir...

Mas o tempo passa... E o vazio que beija o lago instala-se no meu coração... E com o nascer do sol morre a minha esperança... A noite passou do brilho do seu olhar apenas ficou a recordação da sua memória... Gravada nessa vã esperança que morreu com o nascer do dia...

A cada passo que me afasto o meu coração fica cada vez mais pesado... Não sei se mais algum dia voltarei aquele banco de jardim...

Agora só há espaço para a mágoa que se instalou no meu coração...

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