segunda-feira, 28 de janeiro de 2008


O Dia nascia ledo e calmo... Uma neblina ligeira dormia no ar, embalando as gotas de orvalho que dormiam no braços da manhã. A luz incendiava de vida os campos desertos. Apenas a minha alma se mantém negra como a noite que morre...

A alegria que eu vivi esvaia-se a cada segundo... A dor acutilante amadurece
no meu seio, devora todo o meu amor... Tudo o que toco transforma-se em poeira.. Poeira solta, esvoaçando pelo sopro do passado, que foge de mim e se perde nos confins da dor...

Caminho desconhecido por aqueles campos que me viram nascer, e morrer... Quem sou? Já não sei...? Solitário caminho por este carreiro esquecido...

Sento-me à beira deste regato borbulhante... Quem me dera ser apenas mais umas das folhas perdidas na sua alva espuma, que levado pelos seus braços me perdesse no vasto oceano...

Fossem as minhas recordações barcaças afundadas nesse oceano perdidas nesse azul imenso, esquecidas de mim... Mas não!!! Insistem em me perseguir... Em me torturar com a sua existência...

Vinde.... Vinde e ouvi... Mais uma vez... A última vez irei recordar... Vinde e viajai comigo pela penumbra de uma vida, pela luz do amor que gerou, e pela dor que a matou...

Vinde...

3 comentários:

Joana disse...

Quis inaugurar este post. Gostei da maneira como escreves. Se queres visitantes vai vendo outros blogs e deixa a tua marca. Tenho a certeza que com uma escrita destas vais ter muitos curiosos.

Beijos

aonja

http://diariodeumaborboleta.blogs.sapo.pt/
http://osmeusdevaneios.blog.com/

AnaGF disse...

Olá! Vi o teu post no forum do bookcrossing e resolvi fazer uma visita. Acho que escreves bastante bem, embora o género (melancólico, fatalista) não seja aquele que prefiro.

Unknown disse...

Para ser muito sincera, nao gostei deste texto-tive a sensaco de estar a ler um pastiche ultra-romantico escrito com 140 anos de atraso.